O QUE SENTE O PEREGRINO ?
Muitas pessoas me perguntam o que eu senti ao fazer o Caminho. Difícil dizer! Mas resolvi escrever as sensações que tive no último dia da minha peregrinação. Há um ditado americano que diz " new words cannot explain! Algo como "nem novas palavras podem explicar". Muito difícil por no papel esses momentos inesquecíveis mas vou tentar:
- Era uma quarta feira, quente, de céu bem azul, contrastando com o dia anterior que tinha sido frio e nublado (era início de agosto, nos estertores do inverno). Tinha saído cedo da pousada do Amor Divino, em Mandu e a emoção de ser o último dia já embalava a minha jornada que seria, ao meu ver, a mais fácil de todo o Caminho (ledo engano!)
Ao entrar em Aparecida, caminhando por ruas movimentadas, a minha atenção estava mais voltada para o transito de carros, pois nos onze dias anteriores já tinha até me esquecido de como era caminhar na cidade. E eis que, numa curva, avisto ao longe, por cima dos telhados das casas, despontar a parte mais alta da basílica.
Então eu paro!
Um arrepio percorre meu corpo. Cresce dentro de mim uma sensação de alegria. O coração dispara e meus passos tornam-se mais rápidos.
- ESTOU CHEGANDO! Falo alto, quase gritando, assustando umas pessoas que passavam por mim.
Aí, eu paro de novo! Aquela sensação de alegria transforma-se rapidamente em tristeza. Nem eu me entendo. Tristeza? Por quê?
E um turbilhão de imagens começam a rodar em minha mente como um filme, fazendo com que eu entenda a razão da tristeza!
- Esse dias mágicos que passei estão acabando! Falo comigo mesmo, fazendo com que as pessoas que escutaram a minha primeira exclamação tivessem a certeza que eu não devo ser bom de cabeça!
E lentamente as lembranças do meu Caminho começam a aparecer, como um filme.

Me lembrava da chegada em Águas da Prata, da minha ansiedade, do pessoal da Pousada onde retirei a credencial do Peregrino

Da fonte onde enchi meu cantil, pensando se eu teria condições de terminar o meu sonho, que iniciava
Das placas do Caminho, que indicavam o que eu achava que seria impossível,
Me lembrava, ali parado, dos primeiros passos, da Ponte de Pedra, da subida do Pico do Gavião, que, ao final dela, tinha quase a certeza que de Andradas eu não passaria.
Dos amigos Peregrinos que passavam por mim, sempre com uma palavra de incentivo, conversando como se fossemos velhos amigos.
Da minha chegada em Andradas,buscando rapidamente uma pousada para avaliar e meu desejo de terminar tudo por ali, mas que naquela hora já não era tão grande a vontade de parar.
Das conversas ao anoitecer, sentado na praça, com os mesmos Peregrinos que passaram por mim e que me energizavam, cada vez mais, incentivando a continuar!
E eu continuei, pois o Caminho vai se apoderando de você, dando forças e energias que só podem vir de algo que é inexplicável.

E vieram os "anjos" do Caminho, simbolizado por Dona Inês.Pessoa a qual, achava que não existia mais nessa nossa vida tão conturbada

Vieram as subidas intermináveis, mas que já não pesavam tanto em mim. Sabia que após elas viriam o agradável papo nas pousadas contando os nossos "causos"

E veio a chuva, pesando na bota, molhando o corpo mas não molhava a alma, que estava sim encharcada, mas de fé!
E veio o frio, nublando a paisagem, tornando mágica a estrada a ser percorrida
E vieram as paisagens oníricas, verdadeiras pinturas divinas

Mostrando que Deus, quando fez o Caminho, estava inspirado! Como pode tanta beleza!
E isso tudo estava terminando! Essa era a razão de minha tristeza!
- ESTOU CHEGANDO! Falo alto, quase gritando, assustando umas pessoas que passavam por mim.
Aí, eu paro de novo! Aquela sensação de alegria transforma-se rapidamente em tristeza. Nem eu me entendo. Tristeza? Por quê?
E um turbilhão de imagens começam a rodar em minha mente como um filme, fazendo com que eu entenda a razão da tristeza!
- Esse dias mágicos que passei estão acabando! Falo comigo mesmo, fazendo com que as pessoas que escutaram a minha primeira exclamação tivessem a certeza que eu não devo ser bom de cabeça!
E lentamente as lembranças do meu Caminho começam a aparecer, como um filme.
Me lembrava da chegada em Águas da Prata, da minha ansiedade, do pessoal da Pousada onde retirei a credencial do Peregrino

Da fonte onde enchi meu cantil, pensando se eu teria condições de terminar o meu sonho, que iniciava
Das placas do Caminho, que indicavam o que eu achava que seria impossível,
Dos amigos Peregrinos que passavam por mim, sempre com uma palavra de incentivo, conversando como se fossemos velhos amigos.
Da minha chegada em Andradas,buscando rapidamente uma pousada para avaliar e meu desejo de terminar tudo por ali, mas que naquela hora já não era tão grande a vontade de parar.
Das conversas ao anoitecer, sentado na praça, com os mesmos Peregrinos que passaram por mim e que me energizavam, cada vez mais, incentivando a continuar!
E eu continuei, pois o Caminho vai se apoderando de você, dando forças e energias que só podem vir de algo que é inexplicável.
E vieram os "anjos" do Caminho, simbolizado por Dona Inês.Pessoa a qual, achava que não existia mais nessa nossa vida tão conturbada

Vieram as subidas intermináveis, mas que já não pesavam tanto em mim. Sabia que após elas viriam o agradável papo nas pousadas contando os nossos "causos"

E veio a chuva, pesando na bota, molhando o corpo mas não molhava a alma, que estava sim encharcada, mas de fé!
E veio o frio, nublando a paisagem, tornando mágica a estrada a ser percorrida
E vieram as paisagens oníricas, verdadeiras pinturas divinas

Mostrando que Deus, quando fez o Caminho, estava inspirado! Como pode tanta beleza!
E isso tudo estava terminando! Essa era a razão de minha tristeza!
Amanhã continua!!
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