PODEMOS SALVAR A LUMINOSA?
Um grupo de 4 amigos do Rio de Janeiro, pediu para este blog que enviasse uma programação para que eles, que estão se preparando para realizar o Caminho de Santiago, conhecessem uma parte do Caminho da Fé. Eles irão em dois carros, com suas esposas, que ficarão no apoio e disporão de 3 dias (sexta, sábado e domingo).
Achei que o melhor trecho, levando-se em conta distância do Rio e o que, ao meu ver, o trecho que melhor sintetiza o CF é o da região da Luminosa.
Paisagens oníricas, subidas de grande dificuldades e, especialmente, o conjunto de pessoas que o Peregrino encontra na região.
Mas ao elaborar o roteiro, um pensamento me assombrou e me fez recordar de uma pequena vila do Pará que de desconhecida, tornou-se "hit" da industria do turismo.
Alter do Chão era um pequeno vilarejo, ás margens do rio Tapajós, no Município de Santarém. Há muitos anos atrás, só era conhecido por moradores de Santarém como uma "praia" fluvial.
Com suas faixas de areias alvas, margeando remanso do rio Tapajós, que na região apresentava águas de cor azul turquesa (mistério), era emoldurada por uma floresta na qual predominava árvores frutíferas de uma diversidade que só a amazônia pode ter. Para completar, bastava entrar alguns metros pela floresta para se encontrar um "corixo" (pequeno rio) de águas frias e, pasmem, mineral, totalmente potável!
Pois bem, este pedaço do paraíso foi descoberto pela industria do turismo! Nos dias atuais, até navios de grande porte, ancoram em suas margens trazendo hordas de turistas.
As margens foram loteadas, as árvores frutíferas arrancadas para dar lugar a construções sem nenhuma previsão de infraestrutura. O corixo encontra-se assoreado e poluído!
E o que isso tem a ver com Luminosa?
Quando conheci Luminosa, me veio a lembrança de Alter do Chão: um lindo vilarejo, quase intocado pelas incúrias do progresso (não que seja atrasado) mas que ainda guarda aquela simplicidade da vida rural na sua essência.
Dotado por Deus de paisagens de tirar o folego, a região ainda não é conhecida pela famigerada industria do turismo desenfreado. Não que eu seja contra o turismo! Mas é preciso que se ache uma fórmula de tornar esse patrimônio conhecido mas de forma sustentável. Que não se perca a sua identidade, que pessoas como Vó Elza, Dona Rose, Ditinha, Inês não venham a ser engolidas pelo progresso.
A foto de Luminosa,que inicia essa postagem , tirada por um peregrino, se a legendássemos como um lugarejo na Suíça, tenho certeza que dezena de pessoas estariam aprontando suas malas e seus euros, para visitar local tão único. MAS COMO É NO BRASIL........... (mal sabem eles o que perdem!)
Aos amigos cariocas, sejam bem vindos e se encantem com a região!
Mais tarde postarei o roteiro do Rio a Luminosa!
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