CATÓLICO, EVANGÉLICO E AGORA UM ATEU!
COMO O CAMINHO OS UNE!
SEGUNDA
PARTE
Após
algumas horas de estrada, 06 me chama pois tinha parado em um restaurante , em
Piquete, ás margens da estrada, para almoçar.
Note-se
que 06 não estava entendendo a razão da nossa viagem. Como recebeu o telefonema
de 01 já na madrugada daquele dia e, como as ordens do chefão nunca são
discutidas, ele não se atreveu a perguntar o porquê de ter que levar dois
executivos para algum lugar sem que fosse lhe informado o destino. Ficou mais atônito
ainda ao nos ver vestidos de roupas esportivas (eu estava de bermuda)
Não
foi fácil acordar 03. Mas com perseverança conseguimos que ele saísse da van (o
Don Gatão ainda estava em sua mente!)
O
restaurante, aos pés da gloriosa Mantiqueira, servia uma bem razoável comida
mineira, exposta em um grande fogão de lenha, o que começou a aguçar a minha
fome, visto que ainda estava meio “mareado” com os excessos da noite anterior.
Ao
sentarmos-nos à mesa, já com os pratos recheados de torresmos, couve e pedaços
de frango frito, olhei para o 03 e comecei a rir, sendo também acompanhado por
ele.
-
02, o que estou fazendo aqui! Falou o 03, com uma nítida expressão de
arrependimento.
Mais
atônito ficou o 06. Notando o seu espanto, antes de responder a pergunta,
expliquei todo o “causo”.
Após
digerir aquela história meio maluca, ele solta uma verdadeira bomba!
- Tudo por causa dessa
tal religião! Querem saber: Graças a Deus eu sou ateu!
Pronto,
se formou um quadro, aos pés da Mantiqueira, quase kaftaniano:
Um
ateu, um evangélico e um católico, reunidos em torno de deliciosa comida
mineira!
-
Rapaz! Como pode falar que graças a Deus
és ateu! Se não acredita Nele, não dê graças à Ele! - Falou 03, de forma até meio ríspida.
Aquela
conversa não condizia com o ambiente!
- Gente! Vamos deixar
esse papo para depois, temos ainda algumas horas até o nosso destino! – Falei me levantando, meio triste,
pois queria experimentar a galinha com quiabo que, apetitosa, aguçava a minha
gula.
Logo
na saída do restaurante começa a subida da serra, longa e cheia de curvas mas,
já dando as primeiras pinceladas de um cenário maravilhoso.

Bom,
para vocês terem uma idé ia, como os dois parceiros babavam com o espetáculo que
a Mantiqueira nos oferecia em cada curva do caminho e eles paravam a toda hora
para tirar fotos com seus celulares, resolvi dirigir se não só chegaríamos a
noite!
Ao
passarmos por Itajubá, ficamos procurando alguma loja aberta (era feriado) pois
06 resolveu comprar um tênis, bermuda, camiseta e etc, pois resolveu nos
acompanhar na nossa caminhada!
Por
sorte, antes de Piranguinho, encontramos uma loja, dessas para turistas de
estrada, que vendia a maioria desses apetrechos! Era o Espírito do Caminho
mexendo os seus pauzinhos!
Ao
chegarmos em Brasópolis, seguimos em direção a Paraisópolis e de lá fomos para
o bairro de Cantagalo, 12 km a frente e, mais uma vez por interferência do
Espírito do Caminho, conseguimos três vagas na Hospedaria da Vó Maria!
Tinha
minhas razões para escolher esse roteiro. Quem conhece, sabe o que estou
dizendo!
A
primeira impressão do 03 não foi das melhores. Acostumado a ficar em bons hotéis,
a aparência simples da hospedaria falou mais alto.
-
Amigo, viva a experiência. Depois me fale as
suas conclusões! Disse-lhe, sabendo que em pouco tempo tudo se modificaria.
A
recepção do pessoal da hospedaria fez-me perceber o quanto a opinião de 03
começava a mudar.
Concomitantemente
com a nossa chegada, seis cansados peregrinos chegaram e o papo entre eles e eu
rolou!
Meus
dois amigos, não cansavam em tirar fotos do local. Fogão a lenha, estábulo,
paisagem, flores e tudo o mais que podia ser fotografado não escapou deles!
Sentados
na varanda, apreciando o sol se por, meus dois amigos pareciam em casa.
E
veio o jantar! Nada tão mais simples e nada tão mais perfeito!
- Fantástico! Começo a entender a
sua troca de Paris! Não sabia que ainda existia um Brasil assim! Falava cada vez mais entusiasmado o 03.
O Espírito do Caminho já começava a impregnar a alma do
amigo! E alguém tem duvida que isso aconteça em todos os Caminhos do mundo?
Na hospedaria há uma pequena gruta com a imagem de
Nossa Senhora e, chamei os dois amigos para conhecê-la!
- Uma coisa que
não aceito é essa idolatria a imagens. E você sabe que a própria bíblia fala
contra isso! O amigo evangélico falava de forma bastante firme.
O amigo ateu, chateado pois havia esgotado toda a memória
de seu celular com as fotos, apenas olhou para mim e fez um gesto de
reprovação!
- Posso fazer uma
pergunta? Ainda têm mãe viva? Emendei de chofre.
Prontamente os dois fizeram um sinal negativo com a
cabeça.
-Perdi a minha
recentemente! Mas sempre trago comigo uma foto de minha mãezinha! Imediatamente pegou de sua carteira uma foto
e, beijando-a, me mostrou
-Posso ver? Perguntei
e estendi a mão para pega-la.
Assim que a peguei, fiz a menção de rasgá-la!
Rapidamente ele a tirou de minha mão e falou:
- Está louco?
- Lógico que eu não ia
rasgar! Agora, o que você sente por esse pedaço de papel é idolatria?
O amigo evangélico olhou meio desconcertado para mim,
pensou um pouco e respondeu:
-Não! Ela me traz
lembranças da minha mãe. Do seu jeito carinhoso e firme de nos ensinar a vida.
O amigo ateu havia parado de escolher as fotos que iria
apagar para ter mais espaço na memória do seu celular, escutava atentamente a
nossa conversa.
- Então meu
amigo! Essa imagem que está aí na sua frente, para nós é como essa foto de sua
mãe!
-
Maria, mãe de Jesus, representa todas as mães desse mundo! Não é o objeto que veneramos,
mais sim o que ele representa!
- Aí, nessa gruta,
está representada a minha mãe, a sua mãe,
a mãe de todos nesse mundo! Não idolatro a imagem. Idolatro a mãe de Jesus, que
é nossa mãe! Que, com certeza, ali ao lado dela minha mãe está e a sua também!
Meus dois amigos, parados em frente a gruta, olhavam
para a imagem de Nossa senhora e não esboçavam nenhuma palavra. Com certeza
estavam olhando para a imagem e se lembrando de suas mães!
-Hora de dormir! Amanhã
o dia será cheio! Chamei-os, tirando daquela letargia.
NO PRÓXIMO POST APARECE O ESPIRITO
DO CAMINHO!
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